quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Flash Forward: um livro quase sem futuro


Flash Forward.
Muitos devem lembrar de uma série surgida em 2009 que teve somente uma temporada chamada FlashForward. Nela um evento aconteceu em que todos os habitantes do planeta desmaiaram e tiveram suas consciências jogadas para um futuro próximo. A série era bem bacana mas sofreu com as comparações injustas com outra série de mistérios sem fim chamada Lost. FlashForward, a série, é uma livre adaptação de um livro escrito por Robert J. Sawyer de mesmo nome.
O livro, diferente da série, não tem como personagens principais agentes do FBI. Os protagonistas são cientistas que trabalham no CERN (aquele instituto que usa um imenso colisor de partículas para fazer experiências). Os acontecimentos do livro também não tem nenhum paralelo com o programa televisivo. No romance, a consciencia humana não segue por apenas 6 meses no futuro. Vai bem além de 20 anos.
Apesar de ser rico em ideias interessantes, Sawyer não é um artífice competente em escrever um livro que dê satisfação estética para os leitores. É um amontoado de ideias geniais mas sem uma tessitura mais apurada.
Além disso, existe um excesso de didatismo que beira o absurdo. Em uma passagem, um grupo de cientistas, buscando razões para o fenômeno do Flash Forward, usam o paradoxo do Gato de Schrödinger. Até ai tudo bem. Mas é de se estranhar que um físico explique para outro físico uma coisa que o outro já saiba. Tem várias passagens assim. Além do autor colocar seus gostos pessoas de filmes, livros, posições morais a toda hora. Essa leitura se torna cansativa por isso.
Além de tudo, Sawyer carrega demais no desfecho da trama, empilhando situações gratuitas para resolver a história. Faltou mais apuro do autor em entregar um livro melhor. É de se estranhar que um livro desses tenha sido ganhador de um prêmio Nebula. Com certeza existem autores bem melhores.

Nota: 6

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