segunda-feira, 21 de junho de 2010

Resiliência


Ouvindo o podcast do Fala Freela da semana passada, deparei com o termo resiliência. Emprestado da Física, coloco abaixo a definição dada pelo Wikipedia – sim, senhores, acredito no projeto Wikipedia. Não tenho essa resistência acadêmica besta a essa ferramenta:

“Resiliência é um conceito oriundo da física, que se refere à propriedade de que são dotados alguns materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer ruptura. Após a tensão cessar poderá ou não haver uma deformação residual causada pela histerese do material - como um elástico ou uma vara de salto em altura, que verga-se até um certo limite sem se quebrar e depois retorna à forma original dissipando a energia acumulada e lançando o atleta para o alto.”

Já a psicologia usa o termo assim:

“a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, etc. - sem entrar em surto psicológico. No entanto, Job (2003) que estudou a resiliência em organizações argumenta que a resiliência se trata de uma tomada de decisão quando alguém se depara com um contexto de tomada de decisão entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer.

Tais conquistas, face essas decisões, propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. Assim entendido, pode-se considerar que a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano, condições para enfrentar e superar problemas e adversidades.”

Acho que já deu para entender.

Todos nos passamos por problemas no trabalho. Momentos chave onde nossa capacidade de resistir a ataques diversos – não confundir com apatia – é necessária para que a gente não ponha tudo a perder.

Vou citar um exemplo que aconteceu comigo e que eu não tive, no momento, controle da minha capacidade de resiliência.

Aconteceu quando trabalhava numa agência há uns três anos. Fomos convidados a participar de uma concorrência de um famoso colegio da cidade. Conosco estavam mais duas agências. Fizemos o trabalho. Bem conceituado, bem dirigido, um conceito forte, gastamos do próprio bolso para produzir um monstro de um jingle que era, ao nosso ver, uma forma de passar o conceito de forma clara e emocionante. Tinhamos, sem falsa modéstia, uma apresentação de encher os olhos mas fomos preteridos na concorrência.

Seria tudo legal se um de nossos concorrentes tivesse sido escolhido. O cliente tem todo o direito de escolher uma proposta ou outra. Faz parte do jogo de concorrências. Mas o desagradável da história foi que o dito colégio escolheu uma QUARTA agência que não tinha sido convidada e nem tinha apresentado proposta criativa ou financeira.

Foi um baque. Um choque. Fiquei mal por dias pensando mil besteiras se o erro tinha sido da gente ou que éramos incompetentes.

Não vou me prender aos motivos do cliente de ter tomado uma atitude tão derespeitosa com as agências que gastaram dinheiro para participar da concorrência. Vou me ater ao motivo principal do texto, a falta de tato para lidar com essa porrada que levei.

Sei que muitos de vocês já apanharam na cara muitas vezes mas aqui fica um conselho que eu aprendi. Se hoje você apanha, amanhã você dará porrada.

Levanta a poeira, segunda a onda. Você vai superar isso.

Já vi muita gente boa que perdeu emprego por não conseguir trabalhar seu grau de resiliência. Atigiram seu ponto de ruptura, quebraram. Pense nisso.

Nosso trabalho é um front de batalha permanente. Mas que escolheu essa profissão já sabe que as derrotas são muitas, as vitórias poucas, mas como essas são inesquecíveis!

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