terça-feira, 16 de junho de 2009

Tendências do mercado

Participei de uma matéria para o jornal O Povo, de Fortaleza, sobre tendências no mercado publicitário da cidade e, por extensão, do Brasil. Confiram aí em baixo ou vão direto lá.

"Tendências do mercado


Anunciantes exigem cada vez mais retorno mesmo com baixos investimentos em publicidade

A onda da crise financeira mundial ainda não passou e essa maré de escassez de crédito e confiança vem respingando no mercado publicitário. A reorganização do orçamento das empresas comprometeu parte da porcentagem reservada à propaganda e agora os publicitários têm que fazer muito mais com muito menos. O professor e publicitário Marcelo Lavor percebe que, diante desse cenário, há quem coloque o pé no freio, com medo de ousar, de pensar diferente, de experimentar desafios, inibindo o próprio trabalho.

Mas ele lembra também que outras pessoas preferem ver na dificuldade "um celeiro de oportunidades" e que podem se dar muito bem. "Teremos a Copa do Mundo em Fortaleza. Veremos como as empresas irão se posicionar", afirma. Para o publicitário Silvio César, autor do blog Tapiocaria, a hora é justamente de ousar, de "pegar o que todo mundo usa e pensar no que se pode fazer de diferente com aquilo". O panorama de crises, verbas menores e excesso de informações com o advento da Internet, exige cada vez mais do profissional de publicidade.

Para Silvio, o relevante é saber como usufruir das ferramentas que a modernidade criou. "De que serve saber tudo de Photoshop (aplicativo de edição de imagem) se não souber criar com ele?", diz. De acordo com o publicitário, para isso é preciso ser curioso, estar atento ao perfil do consumidor e ao que acontece no mundo, o tempo inteiro. "Até a década de 90, por exemplo, todo trabalho de mídia se voltava para televisão e rádio. Com a Internet, as pessoas se dispersaram e agora você tem que brigar pela atenção delas".

Expectativas
O sucesso de comunicação das redes sociais como Orkut, Facebook e Twitter se colocam como novas ferramentas de exploração da publicidade, mas esse caminho pouco foi desbravado. Além da curta experiência entre as redes, há um resistência de muitos anunciantes, pelo menos aqui, no Ceará. O publicitário Silvio César defende a existência de duas categorias de anunciantes em nosso Estado: uma que avançou até os anos 90 e se limita ao rádio e à televisão; e outra que já está preocupada em pensar diferente.

"Um exemplo disso foi a campanha de fim de ano que a agência 101º Macaco fez para as lojas Athos. Eles (anunciantes) estão vendo que as coisas estão mudando. Essa é uma onda e ela vai chegar mais rápido do que a gente pensa", argumenta. Ele diz que as redes sociais ainda são um enigma para a publicidade, mas deixa a dica: "Para entrar nesses nichos, a empresa tem que ser relevante para as pessoas, gerando conteúdo, por exemplo". Silvio ressalta, porém, que não se esqueçam do rádio e da televisão. "Eles não vão sumir, mas sofrer uma transformação. Haverá mais troca, participação, compartilhamento de informações. A exemplo do que já acontece com a Internet", explica.

Outro lado
Diante do cenário que se anuncia, a publicitária Marina Moraes afirma que as expectativas ficam por conta de uma boa evolução do mercado e são as agências parte importante neste processo. "Atualmente, o conhecimento dos clientes sobre comunicação é muito vago, normalmente é um conhecimento mais de espectador o que as vezes acaba gerando certas barreiras para trabalhos mais criativos e inovadores", afirma Marina.

A falta de intimidade com as novas tendências de mídia e comunicação compõe inclusive um ponto "obscuro" da rotina dos publicitários, na opinião de Jaime Neto, que atua nos setores de Criação e Planejamento da agência Asterisco. "É o 'lado do cliente', como a gente costuma dizer. Ele (cliente) só quer fazer algo que a gente mostre que já deu certo, mas como se mostra que a inovação já deu certo?".

E-MAIS

> A campanha "O Homem Perfeito 2009", da 101º Macaco para a loja de roupas masculinas Athos, incentivou as pessoas a falarem sobre o homem ideal. Além do hotsite, Vimeo e Gengibre, os vídeos foram postados no Youtube e a campanha divulgada também através de perfis no Twitter e Orkut."

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