“A publicidade não tem nada ver com a verdade. Quando você quer seduzir alguém conta a verdade? Mostra os seus piores defeitos?”
Contar a história recente de um dos mais célebres e polêmicos profissionais de comunicação do Brasil é de valia porque, além do talento consagrado do publicitário Nizan Guanaes, existe o Nizan empresário, empreendedor, aquele cara que flertou com a política (e venceu duas campanhas seguidas para Presidente), o que dava 1 ano de custo-criação zero para novos clientes, de olho nos ganhos futuros. Nizan é tudo isso e muito mais.
“Empreendedor é aquele que tira de onde não tem e põe onde não cabe.”
Não faltam histórias e fatos sobre Guanaes. A chegada em São Paulo, a ida para a DPZ e depois a WBrasil. A famosa história do “é só mais um baiano”. A sociedade com Duda Mendonça para trazer a DM9 para o sudeste. A sociedade com a grupo Icatu. O episódio da saída de Sérgio Valente para a Globo (que parece que magou Nizan mais do que deveria). A saída para fundar o iG. A volta. A Africa. São várias eventos que são colocados para poder ajudar a traçar um perfil desse figura lendária.
“O negócio da propaganda até pode mudar. Mas o negócio de se comunicar com as pessoas é permantente, inspirador e extremamente rentável.”
E também tem os desafetos. Os episódios de humilhação pública dos seus subordinados (o que renderiam bons processos por assédio moral nos dias de hoje).
Nizan é tudo isso. Um homem polêmico. Um homem que muitos adoram e outros tantos detestam. Mas nunca alguém que passaria despercebido na história da propaganda mundial.
“Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.”
A novela “O Invasor” se passa em pouco tempo. A pressa, inimiga da perfeição do plano perfeito, permeia a história e o leitor sente a angustia do personagem principal, quando sua consciência pesada o impele a reagir contra seu comparsa, dando a motivação que precisa para percorrer a trama. Quando parceiros tramam a morte de um sócio e exigem pressa, é com pressa que tudo vem abaixo. Marçal Aquino escreve com poucas palavras, não perde muito tempo descrevendo grandes cenários, se concentra no essencial da trama e foca mais na pisque do narrador/protagonista e convida o leitor a sentir na pele toda a angustia de um homem que está com a corda no pescoço.
“O Invasor” é um livro rápido de se ler mas cuja velocidade fica crescente pelo interesse do leitor em ver o que vai acontecer. E termina como deve terminar.
Nota 7.
É de se pensar porque o ensino de História no Brasil não poderia ser tão divertido, emocionante e contundente quanto esse livro escrito pelo cearense Lira Neto sobre a vida de uma das figuras mais emblemáticas, misteriosas, controversas e incríveis da história do nosso pais, o Padre Cícero. Os estudantes, dormindo durante as aulas soporíferas de História brasileira iriam despertar, arregalar os olhos, ficar com o coração na mão se soubessem da metade do que é narrado no livro.
A vida do padre que testemunhou um suposto milagre que mudou a história do sertão sul do Ceará para sempre, chegou a ser excomungado pela igreja, ajudou na invasão da capital do Ceará, combateu a Coluna Prestes, viajou para o Vaticano para falar pessoalmente com o Papa, deu o título de Capitão ao mais temível cangaceiro de todos os tempos, o Lampião e muito mais, dava para fazer uma mini-série televisiva fantástica.
É de dar parabéns em pé o imenso trabalho de pesquisa do autor. Lendo o livro, saltam aos olhos as referências, transcrições de entrevistas e documentos, a análise desapaixonada de Lira Neto sobre Padre Cícero. São os fatos, até onde foi possível extrair, analisados e postos em narrativa, ajudada ou prejudicada pela distância histórica, que confere a essa figura do “Padim" a aura de mito.
Padre Cícero, Poder, Fé e Guerra no Sertão, é uma biografia fascinante e é leitura obrigatória para todos que acham o Brasil não possui uma história interessante. Pelo contrário, é uma história rica, cheia de aventuras, politicagens, roubos, violência, atos heróicos, pra qualquer leitor de Harry Porter ficar boquiaberto. Precisamos redescobrir a história do Brasil!
Muitos devem lembrar de uma série surgida em 2009 que teve somente uma temporada chamada FlashForward. Nela um evento aconteceu em que todos os habitantes do planeta desmaiaram e tiveram suas consciências jogadas para um futuro próximo. A série era bem bacana mas sofreu com as comparações injustas com outra série de mistérios sem fim chamada Lost. FlashForward, a série, é uma livre adaptação de um livro escrito por Robert J. Sawyer de mesmo nome.
O livro, diferente da série, não tem como personagens principais agentes do FBI. Os protagonistas são cientistas que trabalham no CERN (aquele instituto que usa um imenso colisor de partículas para fazer experiências). Os acontecimentos do livro também não tem nenhum paralelo com o programa televisivo. No romance, a consciencia humana não segue por apenas 6 meses no futuro. Vai bem além de 20 anos.
Apesar de ser rico em ideias interessantes, Sawyer não é um artífice competente em escrever um livro que dê satisfação estética para os leitores. É um amontoado de ideias geniais mas sem uma tessitura mais apurada.
Além disso, existe um excesso de didatismo que beira o absurdo. Em uma passagem, um grupo de cientistas, buscando razões para o fenômeno do Flash Forward, usam o paradoxo do Gato de Schrödinger. Até ai tudo bem. Mas é de se estranhar que um físico explique para outro físico uma coisa que o outro já saiba. Tem várias passagens assim. Além do autor colocar seus gostos pessoas de filmes, livros, posições morais a toda hora. Essa leitura se torna cansativa por isso.
Além de tudo, Sawyer carrega demais no desfecho da trama, empilhando situações gratuitas para resolver a história. Faltou mais apuro do autor em entregar um livro melhor. É de se estranhar que um livro desses tenha sido ganhador de um prêmio Nebula. Com certeza existem autores bem melhores.
Li "Condenada", de Chuck Palahniuk. É uma volta à velha forma do escritor americano. Suas descrições do Inferno são assustadoramente críveis, nao pelo absurdo, mas pela sensação de proximidade, de que poderia ser realmente assim. Madison Spencer, a protagonista do livro, que morreu aos 13 anos de idade e foi condenada à perdição, é um típico personagem de Palahniuk: consciente da sua nulidade e de seus fracassos, é, ao mesmo tempo, um das criações mais humanas e o livro, por estranho que pareça, fala de espiritualidade despida de vícios religiosos de uma maneira positiva. E o foda é você chegar na pagina final e ler um enorme CONTINUA. Um dos melhores livros do Chuck. Vale muito a pena!
Esse post eu vi no site do Revolução eBook mas achei interessante pois fala da nova promessa do mercado editoral brasileiro, os e-books. Com a chegada de players de peso como a Amazon, o Google, a Apple e a reação tardia das redes nacionais, notadamente a Livraria Cultura, exergar o sucesso ou não dessa plataforma no Brasil é ainda incerto devido a vários fatores. Uma tentativa de se popularizar o formato pode ser encontrada no e-book "Caçada nos Mares Proibidos - Aventuras na Rota da Índia", de autoria de Mateus Parreiras e Paola Carvalho que resgata aqueles livros conhecidos como "Choose Your Own Adventure", ou Escolha sua Própria Aventura, muito populares nos anos 1980. No video abaixo você entende como funciona o livro...
Malhado por muito, adorados por tantos, o novo gadget da Apple, o Ipad, já é uma realidade. Eu tive oportunidade de mexer em um e adorei a experiência e fiquei imaginando como serão os aplicativos de mídia que surgirão para essa plataforma. E para as próximas. Quando eu digo outras plataformas, me refiro a concorrência. Um dos aspectos mais legais sobre a Apple é a sua capacidade de gerar tendências. Reparem. Quando o iPod estava para surgir, já existiam aparelhos parecidos, mas a onda de mp3 players aumentou com a chegada do produto. O mesmo com o Iphone. Bem perto do lançamento, a concorrência se apressou em lançar aparelhos com telas touch. Entenderam o que eu estou falando? Quando lançou sua série iMac de computadores pessoais, criaram tendências que até hoje são desejadas e até mesmo copiadas por algumas marcas de pcs. Só para ficar em um exemplo simples, lembram da quantidade de PCs coloridos que emulavam o estilo dos primeiros iMacs? Mas o aspecto mais notável no advento do Ipad é a potencial mudança de atitude dos consumidores com relação a filmes, livros, revistas e quadrinhos e outras formas de mídia. No prefácio do mais-que-citado-em-monografias livro “Os meios de comunicação”, Marshall Macluhan já apontava para a tendência desses aparelhos de tecnologia modificarem a nossa forma de encarar e pensar mídia: “(..)toda a tecnologia cria um ambiente humano totalmente novo. (...) As tecnologias começam a desempenhar a função da arte, tornando-se conscientes das consequências psíquicas e sociais da tecnologia.” E pensando assim, já temos muitas revistas – um meio mais do que beneficiado com a chegada do Ipad – que já estão pensando em modificar a forma como lemos impressos. Esses dois vídeos, um da Wired, outro da revista Popular Science e um da Mag+(esse último funciona mais como um estudo de tendências) são bem ilustrativos e dão o que pensar.
Pensem nas infinitas possibilidades que a literatura pode se beneficiar com o uso da tecnologia. Isso pode ser algo bem atrativo para o setor da educação. Pensem em aulas de história com a possibilidade de agregar multimídia ao conteúdo de livros de história, só para ficar nesse exemplo.
Pode ser que eu nunca use um Ipad, porque surgirá algo melhor, mas a tendência é essa agora. Pensem diferente e pensem para essas mídias, ok?
Passando pela inevitável breguice típica da grande imprensa e de um desconhecimento da área, esse programa do Globo News faz uma análise rasteira do porque de poucas pessoas lerem Ficção Científica no Brasil. Ainda insistindo - e isso é uma opinião puramente pessoal - na necessidade quase doentia de definir FC em termos técnicos-científicos. Acredito que a FC vai muito além dos meros tecnicismos. Mas vale a pena por colocar em pauta a literatura de Ficção Científica.
Dica legal para quem se interessa, como eu, na literatura que se fazia nos EUA na década de 20 a 50 chamada pulp. Sou fascinado pela inocência de uma época perdida, onde escritores publicavam milhares de histórias todos os meses num ritmo tão grande quanto a imaginação de milhões de leitores que eles conseguiram capturar. Clique na imagem para conhecer esse site que mostra uma capa diferente desses livros e revistas todos os dias.