


Uma das coisas que mais fazemos aqui no trabalho - e espero sinceramente que vocês, leitores, façam isso também - é discutir assuntos relevantes do mundo da comunicação. Sei que tem muitas empresas por aí que abominam essa prática, por achar pouco “produtivo”. Acho estranho esse tipo de comentário porque o nosso negócio é comunicação e pra fazer comunicação é preciso conversar, discutir, pensar esse negócio. Parece um jogo de palavras óbvias mas se você tiver um pouco de bom senso ou trabalhar em um ambiente em que o que interessa é a reação e não o raciocínio, vai entender do que estou falando.

Discutia-mos sobre a forma como muitos colégios aqui da cidade de Fortaleza fazem sua comunicação e da mesmice, do lugar-comum, do uso de clichês que se repetem, ano após ano. Esse conservadorismo todo seria um reflexo do próprio anacronismo que essas instituições acabaram se tornando?
Acredito que a comunicação de uma empresa reflete sua filosofia de trabalho. Pelo menos deveria ser assim. Se você for analisar friamente, a comunicação de muitos colégios, verá que o discurso, salvo algumas exceções, é o mesmo. Será que toda escola é igual? Será que a escola parou no tempo?
Acho esse assunto sério demais. Sério o bastante para pedir uma reflexão mais aprofundada, sem rodeios e questionar se essas instituições realmente estão preparadas para formar pessoas que saibam lidar com esse mundo que muda a todo instante. Se muitas escolas perseguem, ano após ano, uma comunicação insossa, sem graça, sem um projeto inovador de ensino e só se preocupam em falar o quanto são grandes; ou quanto aprovam no vestibular; ou que preparam o aluno para o mercado de trabalho (mais uma vez confundindo conhecimento com ocupação) fica a pergunta: será que a escola é só isso?
Luli Radfahrer ministrou uma palestra (que você pode ver abaixo) onde dizia que o professor, antes de tudo, deveria ser um agente inspirador, uma pessoa que incentiva seus alunos a buscarem - olha só que termo mais geração Google! - suas respostas. Mas o que vemos é uma dependência desta classe, uma carência, um sentimento que é unicamente o professor que deve saber todas as respostas e não que as respostas estão por aí esperando para serem encontradas. Ontem eu flagrei a conversa de duas estudantes que reclamavam de um professor que tinha dificuldade de passar tudo para elas. Tudo. Comunicação de via única é o que as escolas são?